Caxias do Sul desenvolve mostras científicas para estudantes de nível Fundamental e Médio há alguns anos, porém, observa-se uma baixa adesão dos estudantes mais jovens devido à pouca experiência com práticas de metodologia científica. Isso se deve ao baixo preparo dos professores e também a sua pouca disponibilidade de carga horária para orientar pesquisas extraclasse. Pensando nisso, o presente projeto de Extensão – parceria entre o IFRS Campus Bento Gonçalves e professores da rede municipal de Caxias do Sul - teve como intuito oportunizar a estudantes de duas escolas de Ensino Fundamental a orientação sobre como aplicar a metodologia científica em suas pesquisas escolares, considerando principalmente os jovens interessados em participar de mostras científicas da cidade. As pesquisas foram direcionadas conforme o interesse do estudante, com encontros presenciais e à distância. Além disso, esclarecimentos e orientação sobre como organizar e planejar os passos de cada estudo foram oferecidos, através de cronogramas e acompanhamento. Os projetos de cada grupo foram adequados à estrutura da metodologia científica, e percebeu-se o desenvolvimento da curiosidade e da autonomia dos participantes, estimulados pela possibilidade de participar de uma Mostra exterior à escola. Dentre os aspectos observados, percebeu-se a importância de o professor – ou coordenação da escola parceira - estar presente no dia-a-dia para estimular o desenvolvimento dos trabalhos; a falta de colaboração nesse aspecto resultou em grande evasão por parte de um dos grupos atendidos (de 12 estudantes, o projeto finalizou com três; a outra escola, com acompanhamento presencial do professor, não registrou evasão). Os resumos dos trabalhos foram submetidos à avaliação da IV Mostra IFTec, do IFRS Campus Caxias do Sul, com seis, de doze projetos, selecionados para participação. São eles: problemas posturais e tecnologias; esporte e desenvolvimento do raciocínio lógico; uso dos sistemas agroflorestais em relação a monoculturas; uso do celular e concentração, acerto e erro e foco seletivo; preconceitos de gênero na escola e obtenção de energia através de supernovas. Os outros trabalhos também seguiram os critérios apresentados na ficha avaliativa; apenas um deles não foi concluído no prazo de inscrição e justificaria sua desclassificação. As duas avaliações dos resumos, solicitadas pelos avaliadores, não seguiram a mesma lógica havendo discrepância das notas, com critérios com nota zero injustificadamente. A média das notas, então, fez com que o trabalho não fosse aceito. Cogita-se que isso aconteceu devido a um despreparo dos avaliadores ou a uma tentativa de valorizar outros trabalhos, ou ainda, à tentativa de oportunizar a participação de outras escolas, visto que um houve inscrição de um número significativo de trabalhos da mesma escola e com mesmo orientador. Outros estudantes das escolas envolvidas demonstraram grande interesse em participar do projeto em 2018.