Atualmente nanopartículas de metais nobres são utilizadas nos campos da medicina, biologia, ciência dos materiais, física e química. Entre estas, as nanopartículas de prata se destacam devido a suas propriedades distintas, tais como excelente condutividade elétrica, estabilidade química e atividade antimicrobiana. Devido a esta última propriedade, as nanopartículas de prata são utilizadas na fabricação de dispositivos médicos que previnem infecções, como cateteres, implantes ortopédicos e válvulas cardíacas, além dessas aplicações, também são utilizadas na fabricação de roupas, calçados e acessórios, que inibem o crescimento de fungos e previnem a ocorrência de micoses. A propriedade antimicrobiana da prata surge quando a prata se ioniza, tornando-se assim reativa e ligando-se a tecidos proteicos, realizando assim mudanças estruturais nas paredes das células microbianas e na membrana nuclear, levando a célula a morte. Entre os organismo microbianos os fungos são utilizados para a produção de alimentos, como as leveduras, mas também produzem bolores, mofos, e são considerados parasitas que transmitem doenças aos animais e as plantas. Em relação as plantas, as doenças fúngicas se tornaram um crescente problema em plantações do mundo todo, devido aos prejuízos provocados pelo declínio e morte dos vegetais. As videiras, a principal cultura da serra gaúcha, também sofrem pela ação dos fungos e algumas das principais enfermidades, tais como, declínio, “black dead arm”, “die-back” do tronco e dos ramos, necroses no lenho, desnoca, “cane bleaching” (varas atempadas com o ritidoma esbranquiçado), morte dos gomos, cancros e podridão dos bagos, são causadas pelo fungo Botryosphaeria spp. Este trabalho tem como objetivo produzir nanopartículas de prata e investigar a influência destas no crescimento do fungo Botryosphaeria spp. Para tanto, nanopartículas de prata foram produzidas por redução química de nitrato de prata utilizando borohidreto de sódio, sendo que citrato de prata e polivinilpirrolidona foram utilizados como estabilizantes. As nanopartículas foram misturadas em agar de dextrose de batata, nas concentrações de 0,1%, 0,5%, 1% e 2% de prata em relação ao peso total da solução. As soluções foram colocadas em placas petri e o fungo Botryosphaeria spp foi introduzido no centro das placa. O crescimento do fungo foi acompanhado durante oito dias, em temperatura constante de 26 °C. As medições do crescimento do fungo foram realizadas por medidas de raios e cálculo da área ocupada. Observou-se que o crescimento do fungo é inversamente proporcional a quantidade de prata presente em cada solução. Sendo assim, mesmo o fungo estando em um meio bastante propício para o seu crescimento, constatou-se que as nanopartículas de prata agem de forma eficaz como agente antimicrobiano.