Detalhes do Trabalho
Título do Trabalho
“Tirando histórias do armário”: a presença de dissidentes do heteroCistema no ensino de história na educação básica
Autor(es)
Fabrício Gomes, Daniela De Campos
Nível / Modalidade
Pós Graduação / Extensão
Resumo

A historiografia não está isenta de omissões. Desde a sua institucionalização como um fazer científico no século XIX, muitas histórias foram invisibilizadas ou desconsideradas no fazer historiográfico. Muitos desses esquecimentos, se devem, em parte, as preocupações nacionalistas que estiveram presentes nesse campo do saber. Tal postura, aliada a uma visão eurocêntrica, pode ser elencada como uma das explicações para a não presença dos protagonismos e resistências de indígenas, negros e mulheres nas práticas de ensino de história. As experiências do homem branco eram colocadas em destaque, pressupondo a sua universalidade. Além dos grupos citados, percebe-se também que outros protagonismos continuam fechados a sete chaves dentro dos armários. Nos referimos as experiências históricas de sujeitos e sujeitas que rompem as normas da cisgeneridade e da heterossexualidade. A partir disso, buscamos contribuir para o debate sobre a presença das histórias da comunidade LGBTQIA+ na educação básica oferecendo o curso de extensão “Tirando Histórias do Armário”. Sua efetivação foi possível a partir da inscrição do curso no Edital nº 09/2020 do IFRS que possibilitou a concessão de apoio financeiro para ações de extensão propostas por estudantes da instituição. Iniciamos o período de inscrições que acabaram sendo encerradas antes do previsto, pois, a partir da possibilidade de realização do curso através de sala virtual, as manifestações de interesse na participação do curso vieram de diferentes estados do país. O curso contou com a realização de seis encontros onde procuramos sensibilizar, professoras e professores, para a importância da historicização dos gêneros e das sexualidades, questionando a naturalização do heteroCistema, discutindo noções sobre diferentes conceitos e refletindo sobre as possibilidades de inserção dessas histórias a partir de temas já contemplados pelo ensino de história, como o período da ditadura hétero-civil-militar no Brasil, assim como a partir de temas como o Carnaval e o futebol. Também, foi possível que as e os cursistas apresentassem propostas de trabalho, ampliando as possibilidades de práticas previamente pensadas para o curso. Encerramos o curso no início de dezembro de 2020 satisfeitos com os seus resultados, percebidos principalmente através das falas das cursistas e dos cursistas, que manifestaram o desejo de continuar as discussões sobre os temas abordados a partir da criação de um grupo de trabalho.

Palavras-Chave
ensino de história, cisnormatividade, heteronormatividade.