Detalhes do Trabalho
Título do Trabalho
Desenvolvimento de Uma Célula Braille de Baixo Custo Utilizando Microatuadores Piezoelétricos.
Autor(es)
Luan Henrique Kunzler, Ivan Jorge Gabe
Nível / Modalidade
Graduação / Ensino
Resumo

Atualmente as linhas Braille utilizadas principalmente por pessoas com surdocegueira apresentam células dispostas horizontalmente, compostas por seis pontos formando duas colunas e três linhas. A identificação do caractere Braille é feita através do contato dos dedos do usuário com os pontos salientes de cada célula. A diferença entre os estados de cada ponto resulta em um caractere Braille. As linhas Braille são responsáveis por possibilitar o acesso da pessoa surdocega ao computador. Porém, como qualquer produto relacionado a recursos de tecnologia assistiva, os preços são elevados, pois na maioria das vezes são de origem estrangeira. O valor de cada linha Braille é diretamente proporcional ao número de células que a mesma possui, podendo alcançar milhares de reais. Outro fator que influencia no valor do produto, é a presença de microatuadores piezoelétricos importados no interior de cada célula. Como a tecnologia utilizada para a movimentação de cada pino Braille deve proporcionar pequenas, porém, controladas variações de deslocamento, pode-se substituir os microatuadores piezoelétricos importados, por discos piezoelétricos comercializados no mercado brasileiro, pois possuem características construtivas semelhantes aos de origem importada além de um valor comercial extremamente baixo. Utilizando o princípio piezoelétrico, é possível proporcionar a deformação do material piezoelétrico aplicando uma tensão contínua, que por sua vez deve ser na ordem de centenas de volts. A grande vantagem na utilização de discos piezoelétricos como microatuadores é o fato dos mesmos possuírem consumo energético na ordem de miliwatt. Para o desenvolvimento de uma célula Braille de baixo custo com seis pontos, utilizou-se seis discos piezoelétricos de 25 mm. Os mesmos atuam como microatuadores. Para que fosse possível a utilização da deformação mecânica no centro de cada disco para a elevação de cada pino Braille, desenvolveu-se uma alavanca mecânica. Assim, quando o centro do disco deforma-se verticalmente, aplicando-se uma tensão elétrica contínua em seus terminais de polarização, o movimento é transferido para o pino, podendo gerar deslocamentos verticais de até 1 mm. A cada vez que o disco é polarizado, o seu centro deforma-se contrariamente ao seu estado anterior. A possibilidade de gerar deformação mecânica no centro do disco piezoelétrico, além de não necessitar de uma polarização reversa para atuar em sentido contrário, se torna uma facilidade para o desenvolvimento do driver de acionamento. Com isso, a fim de se demonstrar a funcionalidade da técnica e a possibilidade de extensão para uma linha Braille de baixo custo, está sendo desenvolvido um protótipo de um dígito Braille utilizando um conjunto de acionamento eletromecânico, composto por discos piezoelétricos e um sistema eletrônico capaz de converter um caractere ASCII para o sistema de código Braille.

Palavras-Chave
Piezoelétrico, Microatuador, Tecnologia Assistiva, Braille.