A agricultura, de forma genérica, existe desde que o mundo é mundo e permanece até os dias atuais como o sustentáculo das mais diversas atividades econômicas do país. No seu contexto, o homem denominado como “agricultor” é o que desempenha o papel principal para a sobrevivência da humanidade. Com o aumento da competitividade, o produtor rural familiar está sendo obrigado a gerir sua propriedade como uma empresa, estendendo seus esforços para além dos métodos mais eficientes de produção, considerando também, as estratégias que visem identificar e trabalhar os fatores internos e externos que influenciam no funcionamento de sua empresa. Nesse sentido, o presente estudo delimitou-se a analisar a gestão de custos da agricultura familiar, no cultivo do milho, buscando especificamente identificar as formas de gerenciamento de custos utilizadas pelo agricultor familiar. Desse modo, tem como objetivos específicos os de: Identificar as fases do processo produtivo do milho; Levantar o nível de detalhamento dos custos como o cultivo do milho; Identificar o nível de detalhamento de controle de custos implantados e utilizados pela empresa rural. Como metodologia de desenvolvimento da pesquisa foram consideradas características próprias do ambiente rural como condições climáticas, que, ditados pela natureza condicionam a maturação dos investimentos na cultura do milho, como os custos, volume operacional e o lucro. O estudo desenvolveu-se em uma propriedade rural no vale do Três Forquilhas – RS, sendo usado como método o exploratório descritivo, de caráter qualitativo iniciados por conceitos amplos que durante a pesquisa facilitaram a coleta de dados e a consolidação desses. Nesse sentido, e para melhor realizar o trabalho, usou-se a técnica de entrevista semi-estruturadas. Como resultados obtidos, constatou-se a inexistência de quaisquer registros físicos de controles, e tampouco de processos em gestão dos custos, dos gastos e das despesas efetivados a cada período de plantio, safras e vendas do milho. Sendo apenas realizada como ferramentas de controles, as hipóteses geradas na própria memória do agricultor. Tais deficiências, são apontadas pela família agrícola em virtude das limitações em escolarização e porque grande parte dos integrantes não possuem conhecimentos ou formação profissional que visem a profissionalização para produzir para o mercado, e acompanhar a modernização imposta ao campo. Sendo que, o filho mais velho passou a se dedicar para outras atividades diferente ao campo, e a filha, objetivou sair do campo para buscar escolarização e profissionalização. No entanto, verificou-se, através dos apontamentos e curiosidades do proprietário, o interesse em saber mais sobre as ideias, as técnicas e ferramentas de gestão, bem como, a necessidade de visionar a propriedade como uma organização, da qual uma boa parte da família utiliza como fonte de trabalho, de renda e que necessita ser tecnicamente administrada.