Em 2016, antes de uma partida da NFL (Liga de Futebol Americano), o jogador Colin Kaepernick ajoelhou-se durante a execução do hino nacional dos EUA como forma de protesto ao tratamento dado pela polícia contra a população negra local. O resultado foi a perda do emprego por parte do atleta. Porém, Colin deixou claro que eventos esportivos são ambientes propícios à manifestação política. Entender a importância da utilização do esporte como ferramenta para manifestação política é fundamental para a sociedade, tendo em vista o papel social desempenhado pelo mesmo. Sendo assim, durante o desenvolvimento do projeto de ensino “Esportes coletivos: Uma ferramenta de integração”, além da criação de espaços coletivos de prática esportiva para as turmas do ensino médio integrado do IFRS Campus Farroupilha, foram realizadas pesquisas que visam analisar a relevância das questões políticas e sociais dentro do esporte, historicamente. Foram feitos estudos de caso com a questão racial no futebol gaúcho, em especial com a dupla Grenal, e da questão de gênero, com a presença da atleta transexual Tiffany na Superliga de Vôlei. Além disso, vem sendo desenvolvido um ensaio acadêmico com base nas manifestações ocorridas durante a Copa do Mundo da Rússia, reiterando a importância das mesmas para a sociedade. Sendo utilizado como ferramenta para a política, o esporte pode ser usado para diferentes fins. Hitler levou as Olimpíadas para Berlim para provar a superioridade da raça ariana. Isso é política. Jesse Owens, atleta negro, ganhou quatro medalhas de ouro nessa mesma Olimpíada. Isso é política. Quando Mandela utiliza o rugby como ferramenta contra a segregação racial, na África do Sul, é política. Quando o Brasil sedia as Olimpíadas e a Copa do Mundo e a especulação imobiliária, nas cidades sede, acaba por expulsar as populações de suas casas, é política. O esporte, em si, é extremamente político, fato este que fica evidente a partir das pesquisas desenvolvidas no presente projeto e as tentativas de afastar estes dois campos mostram-se ineficazes, sendo esporte e política indissociáveis na materialidade dos fatos.