Há muito tempo se conhece as propriedades antimicrobianas da prata e por este motivo, vem sendo utilizada para a preparação de nanopartículas , que tem demonstrado melhor eficiência antimicrobiana contra bactérias, vírus, fungos e outros microrganismos eucarióticos, do que partículas maiores. Isto acontece devido a elevada razão entre área superficial e volume das nanopartículas. que possibilita melhor contato com os microrganismos. A inserção de nanopartículas de prata em matrizes polimérica as protege de oxidação e coalescência, e ainda gera propriedades extras nas matrizes poliméricas, como condutibilidades elétrica e térmica, propriedades antibacteriana e antifúngica. Na literatura científica pode-se encontrar trabalhos recentes que utilizam os polímeros poli(etileno-co-álcool vinílico) e polietileno de baixa densidade preenchidos com nanopartículas de prata, usados para a conservação de alimentos como carne, leite, amoras e morangos. Estes trabalhos mostraram bons resultados quanto ao efeito antimicrobiano dos materiais poliméricos elaborados. No entanto, até onde foi nossa pesquisa, não encontramos trabalhos que utilizam biopolímeros preenchidos com nanopartículas de prata. Biopolímeros são polímeros produzidos a partir de materiais provenientes de seres vivos, como celulose, amido, quitosana e colágeno. Estes polímeros apresentam decomposição rápida e são uma ótima alternativa para a substituição de materiais poliméricos sintéticos, como os plásticos, que levam longo tempo para degradação e, por isso, causam grande preocupação ambiental. Neste trabalho produzimos biopolímeros feitos de pó de colágeno misturado com ao menos um dos seguintes componentes: glicerol, argila bentonita e nanopartículas de prata. Os biopolímeros foram preparados com aquecimento em chapa quente, sob constante agitação mecânica. Filmes biopoliméricos foram feitos por simples espalhamento dos biopolímeros em placas petri e mantidos em estufa a 40 ºC por 24 horas. Os biopolímeros preparados foram testados na conservação de tomates cereja. Os resultados mostraram que, pela uniformidade dos filmes elaborados, houve boa compatibilidade do biopolímero feito a partir de colágeno com as nanopartículas de prata. Testes de solubilidade mostraram que dependendo da composição dos filmes, pode-se ter pouca solubilidade em água, aproximadamente 40%, o que é um bom resultado no que se refere à filmes biodegradáveis. Ensaios mecânicos mostraram que o uso de nanopartículas de prata nos biopolímeros de colágeno, não alterou substancialmente a tensão de ruptura, mas contribuiu para aumento da deformação, indicando melhora na elasticidade dos filmes elaborados. Os testes de conservação de tomates cereja mostraram que, no mesmo período de tempo, os tomates cobertos por filmes biopoliméricos perderam menos massa e resistiram muito mais tempo saudáveis do que tomates sem nenhuma proteção.