Detalhes do Trabalho
Título do Trabalho
Estudo da inibição de crescimento do fungo Botryosphaeria por nanopartículas de prata, seus componentes e subprodutos.
Autor(es)
Rodrigo Stiehl, Cristian Schweitzer de Oliveira
Nível / Modalidade
Graduação / Pesquisa
Resumo

A prata no seu estado metálico é inerte, mas com a umidade se ioniza, se tornando altamente reativa, pois se liga às proteínas de tecido e faz mudanças estruturais na parede celular bacteriana e na membrana nuclear, levando à distorção celular e à morte. A prata também se liga ao DNA bacteriano e ao ARN, desnaturando e inibindo a replicação microbiana. Devido a sua propriedade antimicrobiana, a prata vem sendo utilizada para a fabricação de nanopartículas, que apresentam melhor atividade antimicrobiana contra bactérias, vírus, fungos e outros microrganismos eucarióticos, do que partículas maiores, pois, a elevada razão entre área superficial e volume das nanopartículas possibilita melhor contato com os microrganismos. Atualmente, as doenças fúngicas se tornaram um crescente problema em plantações do mundo todo, pois, causam severos prejuízos pelo declínio e morte dos vegetais. As videiras, a principal cultura da serra gaúcha, também sofrem pela ação dos fungos e algumas das principais enfermidades, tais como, declínio, “black dead arm”, “die-back” do tronco e dos ramos, necroses no lenho, desnoca, “cane bleaching”, morte dos gomos, cancros e podridão dos bagos são causadas pelo fungo Botryosphaeria. As doenças causadas por Botryosphaeria são de difícil controle devido à diversidade de cepas (espécies), pelos diversos modos de infecção e pela falta de fungicidas homologados. O controle das doenças causadas por Botryosphaeria através de luta química é difícil, pois, a informação existente sobre a eficácia de fungicidas ainda é muito escassa. Na França, o arsenito de sódio esteve durante anos homologado para o controle de “black dead arm” (causado por Botryosphaeria spp.). No entanto, este produto foi banido do mercado por razões toxicológicas e ambientais, e desde então não foi encontrado nenhum substituto. Neste contexto, investigou-se o uso de nanopartículas de prata, seus componentes e subprodutos (nitrato de prata, nitrato de sódio, borohidreto de sódio e ácido bórico) como alternativa para o combate ao crescimento do fungo. Para tanto, foram feitos ensaios inibitórios de crescimento de determinada cepa do fungo Botryosphaeria em ágar de dextrose de batata. Uma cepa de tamanho conhecido, 10 mm de diâmetro, foi inserida no meio de cultura com 5 repetições para cada um dos componentes estudados e medindo duas medidas e retirando uma média entre elas com o valor do diâmetro . Enquanto o fungo cresce na placa numa taxa de 17,9mm/dia, cobrindo toda área superficial da placa em 4 dias, o crescimento do fungo em ágar contendo 0,05% do peso total em nanopartículas de prata, decresce para uma taxa de 2,3 mm/dia e o cobrimento de toda área superficial da placa acontece em 26 dias. Os resultados indicam que as nanopartículas de prata apresentam ótimo efeito inibitório no crescimento do fungo, muito melhor do que quase todos seus componentes e subprodutos, exceto o nitrato de prata, que apresenta resultados pouco inferiores aos da nanopartículas de prata.

Palavras-Chave
nanoparículas de prata;, efeito antimicrobiano;, Botryosphaeria..